segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Tokyo Magnitude 8.0 (2009) | Review


Sinopse
Retrata como teoricamente seria se um terremoto de magnitude 8.0 ocorresse em Tokyo, capital do japão.

Análise
O contexto do anime é mais simples do que aparenta: Uma garota leva seu irmãozinho para uma feira de robôs em Tokyo e  precisa sobreviver ao tal terremoto de magnitude 8.0 que ocorre no dia. Diferente de qualquer outro tipo de obra que enfatiza alguns elementos para chamar atenção ou ter algo a mais, seja com acontecimentos surrealísticos ou poderes especiais vindo do além, esse anime aborda de maneira mais real o possível como seria se os dois irmãos tivessem que sobreviver juntos na volta para casa após um grande terremoto desses, com ajuda de uma mulher que mora na mesma direção de suas casas que conheceram no evento.



O anime é tão efetivo em passar uma situação real que mostra todos os tipos de monumentos e edifícios caindo, as pessoas nas situações mais críticas possíveis necessitadas de ajuda da defesa do país e todos outros tipos de ocasiões ruins acontecendo. Por tratar-se da visão de duas crianças, os eventos ocorridos são ainda mais dramáticos de se ver. São onze episódios mostrando essas pessoas normais sobrevivendo no meio dessa tragédia, com um desenvolvimento mais lento do que você pode imaginar. Prossegue apenas com algumas situações e tensões de risco que tomam conta em alguns momentos ao decorrer da série, devido a reais problemas enfrentados como os temores secundários que podem acontecer a qualquer momento, porém, sem nenhum tipo de agitação crescente ou ação como poderia ser aguardado. 

Enquanto aos personagens, quem mais é desenvolvido é Mirai, a irmã mais velha de Yuuki. No começo é difícil lidar com essa menina que age como se fosse a adulta que sabe de tudo e só reclama de sua vida e da família, mas ao longo do show a garota vai aprendendo a lidar com as coisas, aprende a valorizar mais sua família (principalmente o irmão), e a se comportar devidamente em uma situação daquelas. O pequeno Yuuki é o mais inocente da turma, só queria ficar junto de sua irmã e sua família, e de certa forma esse foi um ponto importante no desenvolvimento da obra. Já Mari - a mulher que cuida deles - não é desenvolvida significativamente por simplesmente se apresentar instável desde o começo, uma boa pessoa que mesmo com a angustia de saber se sua mãe e filha estavam bem em casa, não deixou de ajudar as crianças por nenhum momento.



O slice-of-life segue dessa forma até boa parte do show, de ritmo lento - e real -, com pequenos acontecendo em suas voltas, a qual mais  feios que fossem não mostravam um real perigo aos personagens centrais (já que Mari estava junto e tirava boa parte do desespero recorrente), e apenas drama era envolvido, sem nenhum outro tipo de gênero e nada muito fora do comum para chamar mais a atenção. O roteiro da série é devidamente feito, sem praticamente nenhum exagero, o que é um ponto positivo já que os protagonistas são duas crianças. O que mais incomoda, no entanto, é o slice-of-life extremamente parado que acontece em vários episódios, com minutos e mais minutos de cenas que não agregam nada ao todo, apenas acontecimentos triviais ocorrendo na tela ao longo de 24 minutos, dificultando muito para aqueles que não gostam de uma obra tão parada assim. 

A direção foi boa em causar drama nas cenas de abalos sentimentais e catastróficos com a ajuda da ost muito melancólica por trás que deu o devido peso as cenas. O mais impactante acontece depois da segunda parte do anime, em que um clímax muito forte e bem dirigido ocorre através de um desenvolvimento prévio - que embora não tão bem escondido pelo roteiro já que não é tão difícil prever antecipadamente -, fazendo um tremendo diferencial para abalar emocionalmente à quem assiste, em um ápice que serve bem para encerrar toda a história do anime.



A animação cumpre bem o papel mesmo praticamente não exigindo nenhuma cena bem animada, já que não tem ação nenhuma no anime, ainda assim é um incrível trabalho do Bones junto da Kinema Citrus em fazer um slice-of-life dramático sem nenhum quadro estático sequer, mesmo com designs simples e padronizados (para tornar a experiência ainda mais real). O bom uso do CG na ambientação/população em volta também funcionou bem, os desmoronamentos foram muito bem feitos, dignos de efeitos reais.

Conclusão
Tokyo Magnitude é uma experiência muito real com boa direção e história no geral, mas que ocorre de maneira muito lenta - que pode atrapalhar quem não tem paciência para isso -, de maneira que vários minutos e até episódios são gastos de modo supérfluo se comparado ao objetivo inicial do personagens, mas que ainda assim tem uma parte final bem mais impactante. A mensagem que o anime passa é positiva em relação tragédia ocorrida e a esperança das pessoas em conseguirem voltar para casa sã e salvas. Uma curiosidade é que o anime é de 2009, mas em 2011 aconteceram aqueles terremotos que aconteceram no Japão em 2011 tiveram a magnitude de 8.9

Direção: 8/10
Roteiro: 7.5/10
Animação: 7.5/10
Soundtrack: 8/10
Entretenimento: 5/10


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