Esse episódio foi bem mais calmo comparado com os anteriores, com uma pausa no ritmo acelerado da narrativa para esclarecer alguns pontos e apresentar conceitos importantes.
Começando com a morte do rei, com toda uma construção ao redor da sua morte, principalmente os efeitos que isso causaria a curto prazo, todo o jogo politico e diplomático envolvido nessa mudança de comando. E finalmente somos apresentados ao rei do império germânico, e todo o seu ar de imponência. A cena marcou bastante no quesito de aceitação da existência de uma bruxa, o mais corriqueiro seria o soldado ser alvo de piadas e depois ser executado ou preso, mas a obra trabalhou de forma diferente a cena e mentalidade dos personagens.
Durante o episódio temos alguns momentos de alivio cômico usando o ecchi, em um dos casos a situação serviu como válvula de escape para um outro conflito. No geral as cenas são um tanto apelativas e fica difícil aceitar algumas delas, dentro de uma linha de raciocínio muito extrema das situação faz sentido, mas fica difícil de aceitar. Pelo menos as cenas tiveram algum sentido, não foi algo gratuito, tinha um fundo de necessidade.
Como eu havia citado um desses momentos de alivio cômico foi usado como base para outro conflito, isso foi uma sacada genial do Script da obra. Com a Izetta se machucando para algo tão simplório como um vaso, acabaram percebendo que ela não conseguia percebendo algumas restrições de seu poder. A explicação foi muito interessante, a definição das linhas leys e a sua restrição por localidade. Mas o ponto alto mesmo, foi a discussão do o que fazer com a informação, todo o jogo politico envolvido nessa informação é retratado na cena. O ponto negativo é a facilidade com que todos ali são "manipulados" pela argumentação de um personagem, a situação que ele quer criar é muito mais desvantajosa do que parece, resta saber se a obra vai retratar isso também.
Temos o conflito da Izetta com a Bianca, com a explicação do porque a Izetta tem tanto apreço pela princesa e a resolução do flashback que aparecia exaustivamente. Eu esperava mais da construção de cena, foi simples demais no aspecto visual, a trilha sonora trouxe mais carga dramática e impacto que a construção de cena, assim como na batalha do episódio passado. Parece que a animação está atravancando o potencial de construção de cena que a obra poderia ter.
E por fim, temos Izetta e Finé se preparando para serem apresentadas ao mundo. O discurso da Izetta humanizou ela mais e conseguiu trazer mais empatia do espectador pelo personagem e também foi coerente com o próprio personagem. A trilha sonora conseguiu se portar muito bem no plano de fundo e em seu ápice tomou uma forma sensacional. A transição da melodia mais calma e contemplativa, para a um som mais constante e intenso foi sensacional e agregou muito a construção de cena.
Extras:
1º O character design foi muito bem trabalhado no olhar das personagens, transpassavam um sentimento, eram orgânicos. Isso é um ponto positivo da construção de cena que eu tanto reclamo.
2º Outro ponto positivo da construção de cena foi o uso de sombreamento nos personagens durante o flashback da Izetta, conseguiu passar um sentimento mais amedrontador aos personagens. E que referência a inquisição!
3º A personagem da Bianca é muito forçada, claro que podem aprofundar ela e tentar explicar a sua personalidade, mesmo assim os diálogos dela não agregam em nada e foram muito simples. Poderiam trabalhar melhor o senso de responsabilidade que ela tem, como na cena do carro, que humanizou ela, mesmo que de um jeito fraco. A aceitação foi muito abrupta e a sua personalidade mudou da água para o vinho, o que deixou um sentimento fraco de verossimilhança na personagem.
4º O mapa de linhas leys que a vó da Izetta havia escondido deu uma nova face para a situação dela e quebrou a necessidade de uma saga para encontrar os locais propícios para o poder dela, foi um recurso de roteiro interessante.
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