sábado, 17 de setembro de 2016

Pandora Hearts - Volume 1 | Review


Capítulos - Inocente Tranquilidade, Tempestade de Condenação, O Garoto Perdido e o Coelho Negro e Á Sombra, de Manhã.

Pandora Hearts Volume 1


Informações da obra
Pandora Hearts começou a ser publicado em 2006 pela Square enix. Sua autora é a Jun Mochizuki, que iniciou recentemente outra obra chamada de Vanitas no Carte. No Brasil, o mangá é publicado pela editora Panini.

Sinopse

A trama se desenvolve com base no Protagonista Oz Bezarius(no manga traduziram para “Vessalius”), no qual, se prepara para a sua cerimônia de maior idade, que serviria para condecora-lo como líder da sua família e detentor de um do quatro ducados. E durante dia de preparação ele se depara com diversas situações estranhas, que despertam algo dentro dele, e percebe que essa cerimônia vai mudar a vida dele de uma forma irreversível.

Análise geral

A estória do primeiro volume me surpreendeu em diversos âmbitos. Primeiramente, a obra apresenta diversas referências, desde mitologia grega e literatura Britânica (Alice no País das Maravilhas). A construção da cena de cerimônia foi algo que não esperava, a apresentação de um contexto político por meio da Sharon foi muito mais impactante do que parece, devido a tensão prévia que já existia e todo o desenrolar com o Gil sendo ferido e o Oz sendo jogado no “Abyss”. Apresentam a realização dessa tensão em algo. A inserção do “Abyss” no contexto da obra deixa mais dúvidas do que respostas, mostrando apenas os “chains” que confrontaram a Alice e o Oz, mas não mostraram nenhum outro prisioneiro, e o porquê disso é a válvula de escape para explicações sobre o que é o “Abyss” e qual a sua importância para o enredo da obra.

Os personagens são o charme da obra, Oz é um protagonista muito sincero e que transparece uma inocência, mas no decorrer da narrativa vemos que a personalidade dele foi muito afetada pelo seu passado, principalmente pela total ausência de seu pai na sua criação, a obra sabe trabalhar essas “camadas” nos seus personagens. Outro exemplo disso é a Alice, sendo taxada de “coelho sangrento” e sendo uma “chain”, poderia se dizer que a personalidade dela não condizia com as suas ações e mentalidade, mas aí entra novamente o conceito de “camadas” que evidência o outro lado por meio das suas memorias e o impacto que as mesmas têm nela, essa dualidade dela é outro ponto que mostra o quão bom é o roteiro na questão de personagem.



O primeiro volume de Pandora Hearts é mais que uma introdução à narrativa por meio dos seus personagens, com boas dozes de ação e diálogos “leves” e “pesados” se intercalando, tentando ambientar o leitor a forma que a obra é desenvolvida, e a sua dualidade, em alguns momentos ela vira um slice of life, com uma comedia boba e simples, e em outros recebe uma grande quantidade de elementos de suspense e tensão, mesclando ambos com transições orgânicas e que refletem a mentalidade e o estado mental do personagem.
  
Pandora Hearts tem um primeiro volume muito intenso, jogando situações para o leitor tentar digerir, mas com poucas informações que o ajudem a entender, isso não é um ponto negativo, já que é um recurso de roteiro para deixar o leitor instigado a acompanhar a obra. 


Traço e constituição de quadro

 Os traços são muito bons se considerarmos que é o primeiro volume e que ele é de 2006, no entanto, existem momentos em que os traços faciais por serem finos, tiram a sensação de vero semelhança na reprodução, já que a construção facial se mantém sem nenhuma alteração, mas também há momentos em que isso é feito, e o impacto é evidente, e para uma obra que trabalha exaustivamente isso, teria de manter um padrão mais vezes, mas não é algo que atrapalhe a sua experiência durante a narrativa, mas simplesmente não lhe agrega. 



 A constituição de quadro é rica, com detalhamento do ambiente ao redor dos personagens, no geral se mantém nesse padrão, tanto em momentos de ação quanto em diálogos, um ponto que pode não agradar o leitor, é o fundo excessivamente apagado em certos diálogos, apesar de isso ser um recurso visual para o leitor se focar ao personagem, é muito contrastante a ação com traços mais “pesados” e grotescos, e a “calmaria” com traços simples e apagados, o recurso visual é um ponto bem utilizado na obra.


Portanto, o primeiro volume foi muito bom, apesar de não trazer uma introdução propriamente dita da obra, mas apresentando os personagens (muito carismáticos) e os diálogos (são usados para algum propósito, não estão ali simplesmente para tampar buraco) dando algumas dicas de como funciona o universo, com elementos de hierarquia e misticismo, deixando duvidas intrigantes e fazendo o leitor raciocinar. Se esse é o seu tipo de obra, não deixe passar, a obra é muito bem conceituada e tem tudo para lhe agradar, caso você não esteja atraído pelo contexto e estilo de narrativa, proponho que pelo menos leia um pouco da obra, até porque aspectos técnicos muitas vezes não remetem a gosto pessoais. 


Avaliação: 3.5/5

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